quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Acidente em Chernobyl (Um desastre ambiental nunca mais recuperado)



Na madrugada de sábado, 26 de abril de 1986, ocorreu o acidente com o reator número 4 durante testes realizados na usina nuclear. As partículas que se espalharam pela região despejaram sobre o local uma nuvem de contaminação 400 vezes mais radioativa do que os ataques nucleares contra Hiroshima e Nagasaki ao final da Segunda Guerra Mundial.
Não houve apenas uma causa para o acidente. Os principais motivos são as falhas no projeto técnico na construção dos reatores RBMK, além de falhas humanas no manuseio em suas hastes de controle, o que levou a complicações no nível de calor gerado pelo dispositivo. As altíssimas temperaturas destruíram o reator 4, ocasionando o maior acidente nuclear da história.
Foto 1. Reator 4 da usina nuclear de Chernobyl.

Até o dia 5 de maio de 1986, o governo soviético despejou, com a ajuda de helicópteros, 2,4 mil toneladas de chumbo e 1,8 toneladas de areia para tentar abafar de vez o fogo do reator 4 de Chernobyl e também absorver a radioatividade, evitando que ela se espalhasse ainda mais. Em 6 de maio, a emissão radioativa e o fogo foram controlados.
Chernobyl é um assentamento da cidade de Pripyat e a área de isolamento na região, que a princípio era de 2.800 km², chegou a 4.300 km². Os 45 mil habitantes da cidade foram removidos logo após o acidente e, ao todo, 210 mil pessoas foram levadas para locais menos contaminados. O governo socialista tratou os atingidos com iodo e, ainda em 1986, um “sarcófago” foi concluído em torno do reator destruído para absorver o restante da radiação da usina. 

25 anos depois

Passado um quarto de século desde o acidente, Pripyat e Chernobyl se tornaram cidades-fantasma de aspecto apocalíptico, parecendo cenários de filmes como “Os 12 macacos” ou “Eu sou a lenda”.Em declaração à agência de notícias AFP, o professor de biologia Tim Mousseau, da Universidade da Carolina do Sul, EUA, afirmou que a região de Chernobyl ainda representa uma ameaça para a natureza. Mousseau é estudioso dos efeitos do acidente para a biodiversidade local e publicou ano passado um censo sobre da vida selvagem na região.
De acordo com o professor, há hoje menos animais e espécies do que o esperado no entorno de Chernobyl, tanto no número de mamíferos quanto no de insetos. Além disso, em fevereiro de 2011 foram registrados 550 pássaros e 48 espécies de oito locais diferentes. Os animais tiveram seus cérebros medidos e as aves que habitavam locais de alta radiação tinham cérebros 5% menores do que as que viviam em locais com menor índice radioativo.
Foto 2. Cidade de Pripyat, com a usina de Chernobyl ao fundo: visual apocalíptico. 

Nos últimos 25 anos, milhares de pessoas desenvolveram câncer em decorrência da alta exposição à radiação emitida pela usina. As Nações Unidas apontam, em relatório publicado em 2002, para 4 mil casos de câncer de tiroide em pessoas que eram crianças e adolescentes na época do acidente, número que deve dobrar nas próximas décadas.
É consenso que pelo menos 1,8 mil crianças e adolescentes, habitantes das áreas de maior contaminação na Bielorrússia, desenvolveram câncer de tiroide. A doença, contudo, é tratável e, de acordo com um relatório da NucNet (uma agência de comunicação especializada em notícias e relatórios sobre energia nuclear), a taxa de sobrevivência de portadores da doença no país é de 99%.

Leia mais aqui: http://www.tecmundo.com.br/energia/9897-25-anos-do-desastre-de-chernobyl-mitos-e-verdades-da-energia-atomica.htm ;

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